domingo, 3 de maio de 2015

"Os Vingadores 2: Desconstruindo Um Sonho.



O diretor e escritor Joss Whedon conseguiu destruir todo um sonho de um filme baseado em personagens clássicos das histórias em quadrinhos.



Tanto os estúdios da Marvel como a DC (Warner Bros) vem mantendo uma fórmula um tanto quanto desgastante, um readapta um personagem clássico da DC Comics para uma versão mais sombria com todo um clima soturno e melancólico enquanto a Marvel caminha com o seu humor, ao que parece poderíamos dizer que ambos atraem o mesmo público, os fãs de quadrinhos, mas não é esse caso, diferente da Marvel, a franquia de O Cavaleiro das Trevas (que eu particularmente não gostei) atraiu não apenas o público Nerd mas também os cinéfilos no geral.



Não defendo nenhum e nem outro, mas faça um teste você mesmo, tente conversar com algum cinéfilo referente a adaptações desses personagens dos quadrinhos e verá que o mais citado como um filme que realmente se leva a sério é o Batman de Christopher Nolan.



Como alguém que realmente curtiu os primeiros Vingadores de Joss Whedon acreditei que a Marvel poderia dar um passo muito mais além que a DC tanto no quesito qualidade como em roteiro e adaptação. O ápice dos filmes de super-heróis poderia ter se dado com os Vingadores 2 de Whedon, misturando ação, humor, drama e obscuridade, tudo na medida certa para que a Warner não pudesse sequer respirar.



Porém a oportunidade de ver o veterano James Spader incorporando uma ameaça iminente caiu por Terra a partir do momento que "Ultron" se tornasse uma versão melhorada mas ao mesmo tempo galhofa de seu criador, o Homem de Ferro (Robert Downey Jr.)



Algo que irritava antes mesmo da estreia do filme era a forma como a Marvel mantinha todo o marketing, com bonequinhos, produtos e sabe-se lá quantas formas infantis de atrair o público, mas essa tática também foi usada no primeiro, então nada para se estranhar.



Promessas aqui e ali e momentos dos quais os fãs mais ansiavam. Um elenco muito mais reforçado, um filme de 2h e meia de duração, a despedida do Manda Chuva de toda a sua criação cinematográfica com bilhões garantidos.
Tudo isso para você chegar no cinema todo empolgado, pedir um balde gigantesco de pipoca vindo como brinde um copão de refrigerante e conferir um show de palhaçadas, uma desconstrução completa e pronto, a visão catastrófica toma forma, você não acredita no que vê, ficando na duvida se suportará horas de embromações e risos amarelos por parte do público.



Ponto para Whedon que realmente soube o que fazer para alegrar os Nerds, ele simplesmente dá carta branca à todo o elenco, não há qualquer preocupação na atuação, as piadas então...nossa, completamente fora de contexto. Caso você não seja um Nerd, você não se divertirá.

Surpreendentemente, o primeiro ato do filme ou pelo menos o que podemos chamar de "sequencia inicial de ação" é muito bem vinda...o 3D não decepciona embora a movimentação por parte dos personagens soe mais do mesmo de seu antecessor na batalha contra os alienígenas em Nova Iorque.



A trilha sonora original de Bryan Tyler (Rambo IV/Os Mercenários) em parceria com Danny Elfman (Homem-Aranha 2002/Hulk 2003) faz jus ao impacto da sequencia inicial, bastante explosiva.



Os destaque do filme vai para o personagem Pietro Maximoff, o "Mercúrio" (Aaron Taylor-Johnson), as cenas com ele dá gosto de ver, mas que lamentavelmente não duram muito tempo.



Já a sua irmã, Wanda Maximoff, a "Feiticeira Escarlate" (Elizabeth Olsen) aponta uma atuação um tanto quanto forçada, no geral ela parece um refugo de As Patricinhas de Beverly Hills, como um dos experimentos insanos da Hidra ela não impõe medo.



Tantos personagens com a tentativa de Whedon em dar alguma importância a eles, um absurdo. O elenco se estendeu a um ponto inimaginável que logo na sequencia inicial o pobre Barão von Strucker (Thomas Kretschmann) é nocauteado pelo Capitão América (Chris Evans) de forma decepcionante.



Outro momento que dá uma salvada no filme é quando o programa Ultron passa a ganhar vida bloqueando o sistema de segurança do serviçal do Homem de Ferro, a inteligência "Jarvis".



De resto, os restante dos personagens poderiam ser mortos que não fariam a menor diferença, todo o elenco está mal das pernas, até mesmo aqueles que ganham destaque como o "Gavião Arqueiro" (Jeremy Renner) e a sua insuportável humildade.

 

Como se isso já não fosse o bastante o espectador tem de suportar um romance barato entre "Bruce Banner/Hulk" (Mark Ruffalo) com a inexpressiva "Viúva Negra" (Scarlett Johansson) o que graças a timidez por parte do ator e atuação não convincente, o Hulk de Ang Lee ganha muito mais importância.



Os Vingadores 2 de Joss Whedon não traz nada de novo a não ser uma preparação para a batalha contra "Thanos" (Josh Brolin) que se dará daqui a três anos. O filme também prepara terreno para novas adaptações como o primeiro filme do "Pantera Negra", "Thor 3" e a segunda parte de "Os Guardiões da Galáxia".



Whedon simplesmente encerra a fase dois da Marvel na mesma linha de Michael Bay com sua franquia de os "Transformers" de uma forma completamente inexpressiva com soluções absurdas concedidas aos personagens.



É sem sombra de duvidas um sonho destruído que fez com que os seus primeiros Vingadores perdesse completamente o prestígio.













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