Historinha medíocre que foge totalmente da seriedade apresentada na série escrita por Al Ewing.
Escrito por Tom Taylor... desenhos de Jorge Molina... nanquins de Adriano Di Benedetto / Roberto Poggi... cores de David Curiel e letras de Cory Petit.
Roteiro: inconsistente com o que é apresentado na série regular e que constrange a nova abordagem do personagem.
Arte: cartunesca... remetendo à uma HQ com outro personagem que se desvencilha facilmente daquele que tornara a série regular promissora.
Nanquins: apesar de ser uma das poucas coisas que se salvam... servem apenas como falso pretexto na apresentação de cenários "obscuros".
Cores: tornam a história ainda mais infantiloide.
Capa: é tudo o que o conteúdo apresenta... se você repudiou a capa... vai também repudiar a história.
Avaliação geral: nota 03.
Clique aqui para conferir a prévia do especial.
Estamos em 2020... e parece que a Marvel não muda sua pegada em apresentar especiais de personagens de séries que se tornaram cultuadas apresentando uma grande mudança de estética do mercado de quadrinhos... em pelo menos explorar esses personagens... no caso do IMMORTAL HULK... como ele deveria ser!
Página dupla desenhada por Jorge Molina num nível cartunesco... que constrange não apenas o Immortal Hulk como também as páginas duplas desenhadas com tanta dedicação por Joe Bennett para a série do personagem.
O roteiro? Bom... se você aprecia versões amenizadas dos personagens... como no caso do Hulk... aqui o especial não difere em nada do que é apresentado nos filmes do Marvel Studios... que não estranharia caso o Immortal Hulk fosse amenizado para os cinemas nessa pegada juvenil. Peter Parker é possuído pelo Immortal Hulk... com um suspense que atrai forçadamente o leitor para o responsável pela bagunça... o Deus das Trapaça... que simplesmente retirara o poder do Hulk para transferi-lo ao Homem-Aranha.
Esse é o enredo para o Immortal Hulk nos cinemas.
Como já apresentado aqui... e também aqui... e tornando-se uma constante aqui... o Immortal Hulk é vergonhosamente mal explorado por outros roteiristas... ou na verdade a causa de tanto embaraço se dê por culpa da própria Marvel... onde lamentavelmente a tendencia é que no fim as HQs se adaptem ao nível dos filmes... só espero que isso demore muitos anos para acontecer. O roteirista Tom Taylor... transforma o aracnídeo num Immortal Hulk limitado em poder... fazendo com que ele seja vencido (pela segunda vez na nova abordagem do Hulk) pelo Coisa.
Os dias de glória por conta de roteiristas que não sabem o que estão fazendo.
"Immortal Hulk: Great Power" remete ao título Marvel Adventures... mas ao menos este último é voltado exclusivamente para o público infanto-juvenil. Um Bruce Banner entediante e inexpressivo decide ajudar os Esquisitos Fantásticos na salvação do Homem-Aranha... afinal... com o acúmulo de poder do Immortal Hulk... suas responsabilidades falharam descontroladamente.
O Hulk é uma bateria gama perdida... usada de diversas formas... absorvendo-a.
Bruce decide ativar sua transformação controladamente para que ele possa absorver a energia do Homem-Aranha e sobreviver à exposição.
Página dupla infantilizada.
Partimos então para o momento patético... um monólogo auto-piedoso do Hulk numa tentativa vergonhosa de fazer com que ele necessite da compreensão de Banner... aqui é revelado que o Hulk demoníaco (Devil Hulk) queria ser como Bruce Banner... e o mesmo não lhe dando nenhuma chance para isso... com Banner renegando o Hulk de todas as formas... enquanto o verdão... emotivo... se sente sozinho na escuridão... desprovido de afeto. Uma deturpação absurdamente ofensiva para com os fãs da série escrita por Ewing... onde na edição #13 de Immortal Hulk... vemos o alter ego de Banner como a mão direita da misericórdia... a última esperança para sobreviver no inferno.
Um desserviço ao Immortal Hulk de Al Ewing... Joe Bennett e todos que estão fazendo um trabalho fenomenal na série.
Por fim... o especial apresenta uma história inconsistente ao que Al Ewing está fazendo na série do Immortal Hulk... pois durante todas as edições da série não há nenhum momento em que o Hulk aparenta ser uma criatura com complexo de pena... pelo contrário... na série regular... o Hulk representa a salvação de Bruce Banner... com o Hulk Cinza assumindo (sempre que possível) o controle da estrutura corporal de um Hulk demoníaco (Devil Hulk) e também a do próprio Banner em situações desesperadoras. Portanto... o Hulk de "Great Power" não é também sequer a versão "Professor"... que Ewing deixou claro que esta personalidade se encontra dormente com algumas coexistentes no subconsciente do cientista. Temos mais um especial protagonizado pelo "Immortal" Hulk que pode ser facilmente esquecido. De todos os especiais já publicados... há apenas UM que realmente mostrou ser mais do que digno de atenção... Absolute Carnage... por este ter sido escrito por Al Ewing... servindo como funcionamento básico das personalidades de Banner... onde Ewing prepara terreno para que outros roteiristas sem nenhuma noção explorem o Devil Hulk num nível vergonhoso.
