Por mais que alguns personagens não estejam presentes no conteúdo da HQ, a ilustração de Alex Ross é de fundamental importância para o entendimento do último capítulo do Hulk entre o plano físico e espiritual. A dedicação esmagadora de Joe 'Monstro' Bennett e sua equipe para tornar a complexidade presente mais do que ela já estivera em quarenta e nove edições, é algo incomparável.
O que está ocorrendo com o Hulk? Onde estará Bruce Banner desde que Samuel Sterns, o Líder, o separara de seus alter egos? A resposta para essas perguntas se encontrara na alma de Bruce, aprisionada no inferno por aquele que se alimentara de seu ódio para enfim tomar posse dos Hulk's, com o propósito de torná-los conchas vazias e fazer com que espalhem destruição no mundo.
A intenção de Al Ewing, é mostrar que, na Terra, somos todos filhos de Deus, portanto, somos todos irmãos e, para isso, ele criara uma história voltada para o conceito de que, Banner e Samuel Sterns, eram irmãos, mas que, um deles, se distanciara por conta de sua raiva interior, desprovida de piedade.
Samuel Sterns, representara o médico, Robert, representara o monstro.
O Hulk, está entre o Céu e o Inferno, se ele construíra com sua bondade, ele também destruíra com seu ódio insano. Para a criança interior de Banner, o Hulk Selvagem, é difícil, para ele, entender algo tão complexo, enquanto que, Joe Tira-Teima, não acreditara em nada que envolvera a existência de Deus ou Diabo, para Joe, tudo não passara de um plano que fora arquitetado para separá-los de Bruce Banner.
Peter David, deixara claro toda a descrença de Banner e, por isso, ele sofrera na Terra por conta da ira do Deus Todo-Poderoso. Para Bruce, todo o sofrimento que ele devera passar, se encontrara em seu alter ego, que provocara o distanciamento de seus amigos e o sofrimento dos mesmos. Bruce, é um cientista ambicioso, ele criara uma arma de destruição em massa que despertara o que há de pior nele. A ambição, visara passar por cima de tudo e de todos em prol de poder, riquezas, honras ou glórias; cobiça; cupidez, o anseio veemente de alcançar determinado objetivo, de obter sucesso; aspiração, pretensão.
O Hulk, representara o poder, ele destrói os fracos, para que os fortes sobrevivam, o sangue dos ancestrais de Banner, correra em suas veias. Na jornada de Ewing, Bennett e equipe gama, aquele que está acima de tudo, que fora devorado por um Hulk devorador de mundos em Immortal Hulk #24, representara o Deus de toda criação e, será, nesse ser, que os Hulk's poderão encontrar as respostas para suas existências na Terra.
A repórter, Jackie McGee, é fiel em seu propósito de permanecer ao lado dos Hulk's no inferno, sua lealdade é algo indescritível, o capítulo final de sua jornada, será o momento que ela terá para lembrar até o último dia de sua existência no plano material. McGee, perdera tudo por consequências do ataque de um Hulk extremamente selvagem, todas as lembrança de sua mãe, sua casa, seu lar, se foram. Ela tivera que se dedicar em sua profissão, uma súplica de seu pai, que acreditara em seu potencial. Os Hulk's, se deparam com fantasmas do passado, mas eles decidem trilhar o caminho das escadarias que os levam direto ao topo, onde eles permanecem ainda mais confusos perante a luz que brilhara lá de cima. Deus está trilhando o caminho dos Hulk's, a criança interior de Banner, O Hulk verde e selvagem, entendera a mensagem, porém, para Joe Tira-Teima, o Hulk cinza e original, a luz da libertação é mais uma forma de bagunçar a sua mente.
Grandes mudanças ocorrera para a criança interior de Banner, ela perdoara Samuel Sterns que, assim como Banner, preferira ser deixado no inferno para pagar por seus pecados. A mão direita da misericórdia do Hulk verde e selvagem, resgatara Sterns do inferno, enquanto que, a mão esquerda, representara a força destrutiva do Hulk.
Bruce é resgatado do inferno, ele não tem nenhuma lembrança do ocorrido, tudo apagara para o cientista desde o momento em que ele fora separado de seus alter egos. Sterns, renascera, hoje, ele é apenas um humano normal sem o efeito da radiação gama. Banner, se conscientizara de que, ao seu redor, há pessoas boas, como Reed Richards e o próprio Quarteto Fantástico. Mas e Bruce, ele possuíra a bondade dessas pessoas e é misericordioso como sua criança interior?
Uma edição esmagadora! Um final que cumprira com a proposta de uma jornada que se iniciara numa pegada bastante sombria, até partirmos para o ponto mais complexo de Bruce Banner e seus alter egos.
Roteiro: extremamente respeitoso com tudo que a série se propôs desde o início.
Arte: Joe Bennett se despede de forma inigualável.
Capa: Alex Ross deixará saudades.
Equipe criativa: entram para o mural da fama quadrinhos, assim como Bennett. Artistas brasileiros (Ruy José e Belardino Brabo) fazendo história nas HQs com a contribuição de Paul Mounts e Vc's Cory Petit.
Avaliação final: nota 10 (de 10)
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