Peter David (roteiro), Javier Pina/Wilton Santos (arte), Javier Pína/Oren Junior (nanquins), Jesus Aburtov (cores), Vc's Travis Lanham (letras) e Dale Keown/Jason Keith (capa) apresentam uma edição que foge da mesmice que estava se tornando as histórias do Maestro.
Clique aqui para conferir a prévia da edição.
Este que vos escrevera, descartara a solicitação da edição #3 da nova minissérie do Maestro para os lançamentos de HQs do mês de março. Pensara... "ninguém vai ligar para essa b*sta, a capa apresentará apenas um pretexto para o Hércules retornar da sua sepultura e descer o sarrafo no Hulk". Mas a terceira edição da jornada do Maestro para aquilo que se tornara o futuro imperfeito, mostrara o oposto de tudo que este havia pensado. E isso é ótimo! Uma HQ que quebrara a cara do leitor já saturado com as "aventuras" da versão futurista do Hulk, e por mais que "Immortal Hulk" alcançara (merecidamente) um sucesso esmagador, no início da jornada, eu não acreditara que a qualidade do material poderia ser mantida de forma consistente, e no fim, tivemos mais do que um sucesso avassalador, e sim cada edição que se tornara melhor e mais consistente do que a anterior. Já a primeira minissérie do Maestro, foi divulgada como algo f*dão, mas no fim, se mostrara uma mistura de soluções rasas com encheções de linguiças. E para um personagem tão poderoso como o Maestro, ele estava sendo retratado zoadamente na sua primeira mini. Acreditara eu... que até o próprio Peter David estava se ligando das atrocidades que estava cometendo com o personagem que ele próprio criara. Em "Maestro: War & Pax" as coisas começaram a entrar nos eixos novamente, com David se redimindo, aos poucos, com seus leitores, e apresentando uma narrativa muito mais coesa do que na minissérie predecessora, e mais pé no chão em se tratando do Incrível Hulk. É visível que o Maestro se tornara monstruosamente colossal na arte de Javier Pina, com sua imponência passando a ser retratada respeitosamente. Leitores da velha escola do Hulk, regojizai-vos, "Maestro: War & Pax #3" é uma edição brutal e respeitosa para a jornada cronológica do Hulk nas mãos de Peter David. Não se engane ao ver o Hulk caindo por gás e depois contido (numa citação de uma cena apresentada na primeira adaptação cinematográfica do Hulk com direção de Ang Lee), isso é proposital por parte de David, para que a narrativa se desenrole sem problemas. O que tornara o Hulk/Bruce Banner um personagem ameaçador, é não sabermos de suas capacidades, que vão desde os feitos de resistência mental e física, estes já explorados incontáveis vezes no decorrer de sua trajetória nos quadrinhos. Mas quando tais feitos são levados ao extremos (mais do que no especial "Hulk: O Fim"), eles se tornam absurdamente insanos para os olhos de um leitor não habituado. Convenhamos, o Hulk não recebera a alcunha de "incrível" e "imortal" por acaso. O lado sobrenatural, hoje bastante enraizado na radiação gama que transformara Bruce Banner, não poderia ser diferente. Bruce não fora apenas bombardeado por gama, o acidente mudara sua vida completamente, primeiro ele descobrira que sofrera do transtorno de múltiplas personalidades, e por fim, sua imortalidade... já que ele praticamente morrera na primeira explosão da bomba gama, considerando que ninguém poderia sobreviver naquela explosão, Banner não era ninguém em especial, e sim apenas um físico nuclear. Tudo o segredo está relacionado com a radiação gama, ou o Hulk morre, ou é arrastado para um inferno cheio de regras e hierarquias, o inferno que se encontrara abaixo de todos os outros. O contexto do sobrenatural, é, ao meu ver, muito mais intenso do que ver o Hulk sendo alvejado por seus algozes e não recebendo nenhum ferimento grave. Al Ewing alterara esse conceito, já que o Hulk pode sim sofrer tais ferimentos, ao ponto de ter sua cabeça decepada, ser feito em pedaços e sendo deixado até os ossos, impedindo que seu fator cura trabalhe, impossibilitando sua regeneração. O Panteão, mesmo num futuro distante, não está ciente dessa capacidade fenomenal de Banner/Hulk, e apesar dessa edição ter sido necessariamente brutal, ela se mostrara, em partes, incoerente, a não ser que David explique nas duas últimas edições que finalizam a mini. Se a imortalidade do Hulk viera a tona... onde estaria o Panteão? Eles, que são clandestinamente mais fechados do que a S.H.I.E.L.D., não estavam cientes da imortalidade de seu amigo/aliado? Enfim, eu particularmente vejo como uma pequena bola fora de Peter David, ou se, de alguma forma, ele negara o contexto do Immortal Hulk de Ewing, e criara o seu próprio, mas se baseando no contexto original. Vamos agora nos focar em como o Hulk/Banner escapara de sua prisão psíquica, construída com a ajuda de um membro do Panteão. "Use tudo que for possível para atacar a mente do Hulk!" Essas foram as palavras do Caveira Vermelha para levar o Hulk para o seu lado, e convencer o verdão a ser levado para o lado que ele não quer, não é uma tarefa fácil, ou ao menos pode parecer, no início. Em Incredible Hulk #403, Peter David (com Gary Frank estreando na arte em grande estilo) levara o Hulk ao extremo de um duelo psíquico que ocorrera em sua mente. Por mais que o Hulk mostrasse uma resistência mental fora do comum, a imagem de seu pai abusivo ainda continuara sendo forte demais para ele, e ele cedera ao controle mental, embora que, na edição seguinte, ele quebrara o controle, mostrando uma resistência fenomenal. Aqui, o Panteão simplesmente desencadeara a fúria insana do Hulk, que não se apresentara descontroladamente, e sim calculadamente. Com isso, o Hulk se tornara um maníaco homicida, matando, seja brutalmente ou de outras formas, aqueles que merecera morrer por suas mãos. Tudo é uma ilusão dentro de um plano mental, mas isso mostrara claramente o que seria o Maestro na minissérie original de Futuro Imperfeito. Outro ponto que Maestro usara como favorecimento, é sua regeneração no lado sobrenatural da radiação gama. O tirano cedera quando presenciara a imagem de sua sua mãe como súplica angustiante perante seu comportamento insano, que tentara compreender o porquê de seu filho Bruce ter se tornado esse tipo de pessoa, um assassino de sangue frio. Quando cedera, o Maestro é baleado pela imagem ilusória da única pessoa que fizera com que Bruce Banner enxergasse a luz nas trevas que o cercara por toda a sua vida. Por palpite, considerando que faltara apenas duas edições para o encerramento da mini, Bruce vencerá a influência de sua mãe, se tornando o monstro que era seu pai, que tentara convencer sua esposa de que seu filho, com o tempo, se tornara um.
Roteiro: intenso e brutal.
Arte: Javier Pina ofusca facilmente a arte de German Peralta, sua arte lembra a de Paco Medina.
Equipe criativa: reforça o trabalho de Pina.
Capa: soturna, o que você vê nela, é o que o conteúdo apresenta.
Avaliação final: nota 9.8
O plano.
Banner, o assassino.
Algo além da compreensão.
Tomando do próprio remédio.
A luz nas trevas.
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